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Roteiro pola Serra do Barbança

 

A Agrupaçom de Montanha ‘Augas Limpas’ estreia a sua actividade reivindicativa e de lazer por terras do Barbança. No dia 26 de Dezembro, caminharemos umha comarca inçada de riqueza natural, estragada polos de sempre. Ao igual que acontece em qualquer ponto da geografia galega, a desestruturaçom económica (a decadência dos sectores produtivos primários) deixou a comarca ao serviço de políticas que destruem sistematicamente o contorno natural: eléctricas, imobiliárias, madeireiras, gozam de total impunidade com apoio da administraçom.
O Barbança é umha comarca de clima tipicamente atlántico, com precipitaçons que rondam os 2600 mm durante quase a metade dos dias do ano. Tem temperaturas suaves, o que dá lugar a umha vegetaçom típica do atlántico costeiro com influências mediterráneas. Sobrevive o tojo e o fieito, junto com as uzes. Porém, o arvoredo tradicional só sobrevive nas zonas avesias e nas ribeiras dos rios. O monocultivo de pinheiro silvestre, pinheiro marítimo e eucalipto varreu os carvalhos e as sobreiras.
Esta agressom ao hábitat ameaça também a fauna da zona: o falcom pelegrino, a curuja, o lobo, o corço, o jabali ou o raposo. A serra do Barbança é conhecida também polo gado ceivo: cavalos que possivelmente descendam dos primitivos ‘barbançons’.
Andaremos as máximas alturas da zona: o Iroite, com os seus 685 metros, o Barbança, com 667 metros, e os Forcados da Curota, com 618 metros. A proximidade ao mar permite aceder a vistas impressionantes. Se estás interesad@ em participar neste roteiro chama ao número 636 828 935.
Riqueza ameaçada polos ladrons de sempre.
Entre as muitas riquezas da zona acha-se o complexo húmido de Corrubedo, vítima do turismo massificado e da especulaçom urbanístico-industrial. Pairam as ameaças dumha piscifactoria em Couso (Aguinho), os vertidos industriais do polígono da Granha e Couso, as canteiras de Casal Novo, a planta de áridos de Bretal…Foi declarado parque natural em 1992, mas segue sem haver protecçom nengumha. A futura autovia do Barbança vai convertê-lo num espaço ainda mais ameaçado polos deslocamentos massivos.
Outra piscifactoria projectada, a de Ponta dos Corvos, ameaça o norte da península, de Espinheirido a Baronha.
O interior também sofre pressons. A carvalheira de Sabuceda, no concelho de Boiro, está a agonizar. Os contínuos incêndios e as talas nom selectivas fam-na cada vez mais pequena.
Os fermosos cumes da Serra do Barbança estám estragados por um modelo que já demonstrou o que valia: monocultivo, incêndios florestais, e parques eólicos. Os parques eólicos Barbança I e II, situados na Póvoa e em Porto Doçom, estám gestionados por Endesa Cogeneración e por Eurovento. Nom servem para aforrar consumo de outros sectores energéticos, senom para aumentá-lo em todos eles.
O problema: dependência e desarrolhismo.
A Serra do Barbança demonstra como se estragam as riquezas galegas, quando as decisons nom as planifica o próprio país, senom as multinacionais com ajuda do Estado espanhol: transnacionais da energia (Endesa), do peixe (StoltSeaFarm), do automóvel (autovias). Vivemos segundo o modelo que nos obrigam de fora.
Também resulta lamentável que todos os partidos institucionais, sem excepçom, defendam o desarrolhismo: umha economia que medra sem parar para estragá-lo todo e criar lucros sem fim. De AMAL pensamos que nom se trata de ‘medrar’, senom de satisfazer as necessidades básicas dos povos. Decrescer para viver melhor e dignamente.
Nom confiamos nos políticos nem no seu ‘desenvolvimento sustentável’: confiamos na reivindicaçom de base. Conhecimento da Terra, denúncia constante e conscienciaçom.
O BARBANÇA NOM SE VENDE. GALIZA NOM SE VENDE.

 

 

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